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Vila Nova de Gaia, Portugal

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Casal Bom: São Joaninho

Esta aldeia vem referenciada no ano de 1217:  Torre do Tombo, Sé de Coimbra, 1ª incorporação, maço 10, nº 17.

No Cadastro da população do Reino (1527): casall bom, 3 moradores [scilicet fogos].

No Dicionario Geografico (1751): CAZAL BOM. Aldea na Provincia da Beira. Bispado de Coimbra, Comarca de Viseu, Couto de Mosteiró, Freguesia de S. João do Lugar de S. Joaninho: tem vinte e hum moradores, [scilicet fogos] aos quaes se administrão os Sacramentos da Ermida de S. Estevão, por ficar distante a Paroquia.

No Recenseamento de 1911: tinha 30 fogos e 92 residentes.
No Recenseamento de 1940: tinha 20 fogos e 110 residentes.
No Recenseamento de 1960: tinha 29 fogos e 84 residentes.
No Recenseamento de 1970: tinha 28 fogos e 104 residentes.
No Recenseamento de 1991: tinha 38 fogos e 71 residentes.

Apenas o campanário nos mostra a arte da pedra; tudo o mais foi destruído, em nome da "beleza" estética.
Um pouco de memória, ainda existe nesta pequena aldeia.

Foram rápidos na destruição; até cortaram o trânsito para a colocação de uma grua.












O caricato de tudo isto; é que as obras estão à muitos meses paradas. Até a grua instalada na via pública está a apodrecer.
Não conhecemos a casa, antes da sua destruição. Parece-nos crime de lesa património.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Correio e as Eleições Europeias 2014




Folheto dos CTT: assinado pelo director de filatelia.
Distribuidor SMD; impressão a preto.
Os rolos foram enviados para as Estações de Correios, que tinham ao serviço outro tipo de Distribuidor (Amiel e SMD), e foram colocados; estando assim a contrariar o que acima foi publicado pelo director de filatelia.
Posteriormente ao envio, e colocação dos rolos, foram os Distribuidores colocados fora de serviço; provocando mais uma raridade filatélica.
Estas Etiquetas foram retiradas no dia 19 do corrente mês de Maio; hoje dia 23 o Distribuidor está fora de serviço.
Fomos informados pela chefe da Estação de Correios das Devesas, que este Distribuidor vai ser substituído na próxima semana.
Primeiro enviaram os novos rolos, e só depois é que comunicaram para colocar os Distribuidores fora de serviço: apenas falo do que conheço, será que assim aconteceu em todo o país?
Juntamos o passado com o presente: Distribuidores da Estação de Correios das Devesas.

No 62.º leilão realizado no Ateneu Comercial do Porto foram leiloadas duas séries completas destas etiquetas: uma da máquina SMD  instalada  na "Praça da Justiça, Sta. Tecla, Braga". Foi vendida pelo preço de saída de 200 Euros; outra de uma máquina Amiel (não indicando o local) separada em correio normal e correio azul. Foi vendida pelo preço de saída de 500 euros.
Passam a ser conhecidas quatro máquinas que disponibilizaram estas etiquetas.
No leilão 75º realizado em 4 de Junho de 2022 foi vendida uma série da máquina SMD por 750 Euros. Desconheço o local da máquina.
No leilão 77º realizado em 20 de Maio de 2023 foi vendida uma séria da máquina  AMIEL impressão a preto por 460 Euros. No mesmo leilão foi vendida uma série da máquina SMD por 450 Euros.
No leilão 78º realizado em 18 de Novembro de 2023 foi vendida uma série da máquina AMIEL por 600 Euros.
Por falta de informação desconheço o local das máquinas.
Todas as séries vendidas tinham impressão a preto.
Continua sem aparecer uma série para venda da máquina de Tondela, ou outra, com impressão a violeta.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Vinhais; Cagido; Óvoa

Quando nos dirigíamos para Vinhais reparamos que a Albufeira estava na cota máxima; nunca a tínhamos visto assim. Aproveitamos a oportunidade, e tiramos uma foto à ponte totalmente submersa.

Verificamos que a memória foi pintada. Apesar da crise há quem cuide do património.
Foram os agricultores colocando aqui parte do que resta de uma antiga casa do período romano. A área de dispersão do material cerâmico é grande mas pode dever-se à acção do arado através dos tempos.
O Senhor António dos Santos afirmou-nos: que quem cavasse uns 40 centímetros encontraria pedras. O Senhor António lavrou este terreno com um tractor; sentia pedras quando passava o arado.
Fizemos uma batida pelo local, batida essa por terrenos cobertos de erva, e verificamos alguns fragmentos de tégulas, que indicia mais construções na área de Vinhais.
Imagem só possível por ter sido o terreno fresado há poucos dias.
Já que não pode ser de outra maneira; lá vai o povo conservando a memória da sua terra, amontoando parte da sua história.



terça-feira, 15 de abril de 2014

COJA: finalmente as fotos

Já várias visitas efectuamos a Coja, apenas neste mês de Abril de 2014 resolvemos tirar umas fotos.

Pelourinho do antigo concelho de Coja.
Foi intencional...
As construções do local evidenciam zona de habitação de judeus ou cristãos-novos.




Alminhas: S. Miguel P. N. A. M.





Ponte sobre o rio Alva.
Ribeira da Mata, que desagua no rio Alva.
Lagar em ruínas.


Entrada para o lagar.
Foi uma casa; hoje um monte de pedras abandonadas.
Ponte sobre a ribeira da Mata.




Em 1640 a vila de Coja tinha 28 aldeias e lugarinhos de Termo com 850 vizinhos.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

SANTA COMBA de ontem: SANTA COMBA DÃO de hoje



Santa Comba Dão
Ver em Portugaliae Monumenta Historica documento CXIV.
No ano 974 [1] Ovecus Garseani faz doação da vila de Santa Comba Dão ao mosteiro de Lorvão.
Traduzimos uma parte do documento:
 ... Em primeiro a vila de Santa Comba Dão com as suas casas e suas igrejas e seus lugares e termos antigos, vinhas, pomares, hortas, águas, sésigas, moinhos, entradas e saídas pelos montes, casas e seus currais que estão dentro, e suas cubas com bebidas, caixas com alimentos, ouro, prata e ornamentos das igrejas, panos de seda, linhos, lã, cavalos, éguas, lorigas, ferro e metal ou quanto os homens carregam.
E divide-se esta vila e suas casas pela arca que está no campo junto ao ribeiro da Gestosa, e continua pela lomba que divide com o termo de Treixedo onde está a via antiga, daí por montes, por pedras partidas até à divisão com a vila de Gestosa, por a lomba que está perto da igreja de São Paio, continuando pelo termo ao acaso até ao Rio Dão e de ele parte, para a outra parte do norte por montes e por arcas antigas e por pedras marcadas que divide com a vila de Alvarim e daí continuando para o rio Cris e concluindo no mosteiro com o nome São Jorge e indo pelo rio Cris até à foz do rio Dão...
[1] Alexandre Herculano lê: T X II ERA 1012-38 = ANO 974.

Rocha Madahil lê: T XL I ERA 1041-38 = ANO 1003

 Ver em Portugaliae Monumenta Historica documento CXLVII.

11 anos mais tarde [985], e no mesmo dia 22 de Agosto! Munius Gundisalviz faz doação ao mesmo mosteiro da metade que tem!
...com outros bens moveis e imóveis, e ofereço a esta casa metade da minha vila que se chama Santa Comba Dão, com suas casas adjacentes, com suas igrejas. A congregação do senhor abade Benjamim  que cobra os ingressos e regressos nas saídas dos montes, as cabanas de palha que lá se encontram, caixas com mantimentos, e cubas com bebidas, leite, cadeiras, mesas, pinhais medidos, panos de seda, lãs e linhos, ouro, prata, cavalos, mulas e burros, selas, freios, esporas, espadas, escudos e lanças, éguas, bois e vacas, e ovelhas e porcos, e vinhas e pomares, e poços, terras cultas e incultas, hortas, moinhos e quanto apresentam os homens nele.
E divide com a vila de Alvarim, por montes e leiras, e termos ao acaso até ao rio Cris com o mosteiro de São Jorge, e de ali parte com São Joaninho, e prossegue por montes que dividem com a vila de Treixedo por lugares e termos antigos até ao rio Dão...

Curiosamente estes dois documentos fazem parte das primeiras folhas do Livro Preto da Sé de Coimbra:
http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=1379064



NOTA: O centro desta demarcação, é o sítio das Lages do Orijal; primeiro até ao rio Dão, depois para a outra parte do rio Criz.


Santa Comba Dão teve Foral em Outubro de 1102.
Conferir: Livro Preto da Sé de Coimbra, folha 33 v.; ou ver aqui um pergaminho 
http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=4694802
Foi uma das primeiras povoações a gozar deste privilégio.

Em nome de Cristo e sua graça.
Esta carta aos habitantes mouros ou à população das vilas, é um convénio com São Mamede do Mosteiro de Lorvão, que faço eu prior Eusébio com meus irmãos do supra citado mosteiro.
Em meu nome, estas vilas de Santa Comba Dão e Treixedo com seus termos e inventariação  de seus ingressos e regressos, pastagens e águas, como em testamento estas supracitadas vilas contem, termina.
Nós escolhemos desta maneira, encontrar entre vós essa vontade, será eleito  quem quer que para plantar na sua quinta, veio ou vieram, para habitar e edificar em elas, sem ter qualquer tempo modificador entre este foro e vocês, e será para a posteridade o vosso tempo infinito.
Ele é um serviço do mosteiro de Lorvão que é testemunhado ser, sem duvida conhecido, faz parte deste contracto a edificação de torres, e a aquisição de alimentos para  o eremitério que geralmente o povo processa.
De cada boi, dois quartos de mantimentos, que serão um terço de trigo e um terço de centeio, e um terço de milho.
De legumes quem quer que semear, concede uma cesta de cada em proporção ao almude.
De montaria nós escolhemos de cada um caçado o lombo como tributo.
De coelhos que entre quinze dias que cada um caçar, um coelho; de linho e vinho a oitava parte.
Esta vontade que nós irmãos de Lorvão e os habitantes das vilas atrás referidas, Santa Comba Dão e Treixedo do território viseense que apropriadamente escolhemos e confirmamos.
Contra o que está feito, se assim alguém estranho de nós vier obter por assalto, será excomungado como o foi Judas traidor, por ter participado.
Este tributo que impomos aos peões, ou cultivadores das terras é de censo livre e desculpado, e será estabelecido a todos os cavaleiros quase sempre ingénuos.
E este tributo entre nós conhecido, e se voluntariamente a população quiser ir embora para outro lugar nosso ou outro qualquer, não tem licença de venda ou concessão, não podendo em parte alguma estranha, mas somente e apenas ao mosteiro, só o supracitado mosteiro de Lorvão é o tributário.
Quando algum estranho corajosamente, de quem quer que seja o proprietário, quiser fazer tentativa de herdar, de todos eles tenha recebido herança, será expulso, e se o herdeiro recua confuso, segundo o que atrás é referido em seu lugar, o testamento resta invicto.
Este supracitado prior Eusébio do mosteiro de Lorvão e os irmãos juntos, neste tempo e nesta qualidade, estatuimos e confirmamos como reitores desta terra, e como juízes estáveis entregamos.
E assinando os signatários fizeram:
Eu Eusébio confirmo e este assinado faço.
Este feito foi assinado  em reunião no mês de Outubro da Era M C XL. [Ano 1102]

Em Junho de 1137 D. Afonso Henriques  coutou à Sé de Coimbra as vilas de Santa Comba Dão,  São João de Areias, Oliveira de Currelos e Parada. Ver em 
http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=3767261 
Ou : http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=1379064
Ou no Livro Preto da Sé de Coimbra: documento LXIV.
Em 1417 Santa Comba Dão contribuía com 6 Besteiros do Conto.

Santa Comba Dão: ponte sobre o rio Dão

Documento histórico sobre uma ponte no rio Dão, que tudo indica ser de uma antiga ponte romana. Elaborado no reinado de D. Fernando na cidade de Coimbra, dia 29 de maio de 1377.

Esta pertence a Sta. qbadaão p razão da ponte e reparamento della.

Dom Fernãdo etc. a vos homes boos e qcelho de sta. qbadaão saude sabede que vimos vossa carta em que nos dizer enviaste que ha huã ponte em esse lugar que he strada pu.ca [publica] do vosso senhorio que vay p ella o rio doom e que em esse rio doom iazem da parte daquem e da parte da allem o qcelho do couto do mosteyro o qual ha polla dita ponte servidom pa hirem em cada hum dia ouvir missa a igreia onde som fregreses e que vão p ella o qcelho e as outras cousas que lhes qpre e que s aproveytam tanto desta ponte como nos e q esse qcelho do couto a razoam que a metade q dagoa da dita ponte he sua e ham essa agoa desse rio quando lhes qpre e faz mestre e dizedes que quado he necesario de se fazer a dita ponte e correger pa as gentes caminhantes elles e outras muitas pesoas que p ella ham d hir poderam p ella hir sem embargo que desse qcelho do couto nom querem pagar nas despesas que se em ella fazem cõ vosco e que se os por essa razam penhoraredes e qstrangereses p vos que se vos podia recrecer odio e peleia e que fosse nossa mece de vos darmos nossa carta p que o dito qcelho do moesteiro pagasem nas despesas que se fizerem no adubio e fazimento da dita ponte pois que aviam parte da prol que assy ouvesens parte do encargo e ainda que teveseios alguãs cartas de nos ou privllegios e nos veendo o que nos dizer e pedir enviaste e querendo nos fazer graça e merece se assy he teemos por bem e mandamos q elles paguem cõ vosco nas despesas e encarregos dessa ponte e seam qstrangidos e penhorados por ello nom embargando cartas alguãs se as de nos ouveram p q nom pagasem cõvosco em nas obras e encargos da dita ponte uns al nom façades e em testi disto lhe mandamos dar esta nossa carta dante na cidade de coimbra XXIX de mayo el rrey o mandou p Joham Goncalvez seu vasallo e veedor da sua fazenda a que este mandou livrar Stevã Martins a fez era mil iiijc XV anos. [ Ano1377]

Torre do Tombo: Chancelaria de D. Fernando; livro 2, folha 10.

Pelo acima exposto, tudo leva a querer que no local desta ponte havia uma outra, possivelmente romana, que ligava a parte de Santa Comba Dão com a parte do Couto do Mosteiro (Vimieiro). Havendo perto uma calçada romana, tudo indicia, que havia uma ponte; o que o chantre de Évora nos indica, é que, teria a ponte romana sofrido alterações.

No segundo quartel do século XIII em documento da Sé de Viseu é mencionada esta ponte, bem como a do Cris.
Gostava-mos de dar certezas, mas dúvidas não temos; que havia duas estradas romanas, que entroncavam em Santa Comba Dão.
Agora que a albufeira desce, é possível atravessar pela velha ponte.
 
Estrada que ligava a foz do ribeiro da Fonte do Salgueiro à ponte.
 Ponte velha e ponte nova.
 Protecção na velha estrada para a ponte e para o Granjal.
 Uma velha casa abandonada.
 Continuamos na velha estrada.
 As duas pontes; por aqui se pode verificar o nível da albufeira.
 Com o aterro foi a estrada para o Vimieiro substituída por uma escadaria: passou a ponte pedonal.
 Vista para o lado de Santa Comba Dão.
 Placa com a inscrição:
ESTA PONTE FOI RECONSTRUIDA E ALARGADA PELA JUNTA AUTONOMA DE ESTRADAS EM 1934.

 Memorial às invasões francesas:
FOI ESTA PONTE CORTADA EM 20 DE SETEMBRO DE 1810 PELA INVASAO DO  EXERCITO FRANCEZ  COMMANDADO POR MASSENA FORAM REEDIFICADAS AS SUAS RUINAS E DE NOVO FEITAS AS CORTINAS DOS LADOS E A ESTRADA E CALCADA DA PARTE DO SUL MEDIANTE O PATERNAL DESVELO DO EXCELSO IMPERADOR E REI O SENHOR D JOAO VI EM 1825 E GASTARAO SE 3 898$055 ANNO DOMINI MDCCCXXV