Primeiramente fomos visitar o estradão em macadame, que corre paralelamente ao rio Mondego, numa zona conhecida pelo micro topónimo Quinta da Barca; Há quem lhe chame " Barcas". Este micro topónimo terá iludido Hermínio Cunha Marques, que no seu livro Carregalíadas escreve que «já foi outrora um porto fluvial».
Nesse local do rio entre as duas actuais pontes viárias construíram vários açudes, que serviram para a rega dos campos, que naquela parte eram outrora cultivados. Foi um trabalho de engenharia muito curioso: ao construírem os açudes fizeram subir o nível do rio para, que pudessem instalar a nora e, assim, fazerem a rega dos campos.
Já em 1758 o pároco, que redigiu a memória de Oliveira do Conde faz menção aos açudes.
Esses açudes foram destruídos pela ganância de alguns (para retirarem as areias), que tiveram a conivência dos governantes da altura. Hoje é um amontoado de pedras, que restam dos originais açudes; e assim se delapida o património, que é de todos, no benefício de alguns.
Regressando às fundações da ponte romana; não nos foi ainda possível tirar fotografias, podendo as fundações serem vistas aqui: http://www.carregal-digital.pt/pt/articles/noticias/nova-descoberta-arqueologica-em-carregal-do-sal
Queremos deixar aqui um voto de felicitações a Evaristo João de Jesus Pinto pelo laborioso trabalho de levantamento arqueológico, que tem levado a cabo no concelho de Carregal do Sal.
Quanto à ponte romana ser ou não ser, acreditamos ser romana: o documento de 13 de Novembro de 1169 diz textualmente in portu fluminis Mondeci quem vocitante portum de Midones, subtus dirutum pontem lapideum (1). Para nós este texto é elucidativo quanto à existência de uma ponte no local de passagem de Oliveira do Conde para Midões.
(1) Este documento encontra-se no Livro Preto da Sé de Coimbra folhas 29-30v., documento 60.
Já no ano de 969 datado de 22 de Dezembro, um outro documento diz vobis illud portum cum suo barcho de midones (2). Já neste ano a ponte estava derrubada, sendo necessário uma barca para se fazer a travessia do rio Mondego; que indicia a importância viária do local.
(2) Este documento encontra-se em Portugaliae Monumenta Historica Diplomata et Chartae, na página 63-64, Volume I.
Vila Meã aparece mencionada em documento de Janeiro de 1137 Ab orientali parte, sicut disterminatur predicta uluaria de currelos, cum ulueira de comite. et cum uilla mediana per illos lapides cautales iã erectos.(3).
(3) Este documento encontra-se no Livro Preto da Sé de Coimbra folhas 32-33., documento 64.
Vamos de seguida dar notícia do que transcrevemos, e que concerne a Vila Meã nas Memórias Paroquiais de 1758, volume 26 memória 24:
Para a parte do sul meya legoa distante desta villa [Oliveira do Conde], fica o lugar de São digo de Villa Meaã, que tem noventa e seis fogos (a) com sua cappela do Povo, que he de São Domingos, tem este logar huma rica, e nobre caza, que hé de Gabriel Tavares de Figueiredo pay do Doutor José Ignacio Tavares de Figueiredo cavaleiro professo na Ordem de Chrysto, e juiz de Fora de Azurara, e Mangualde da Beyra, Irmão, e sobrinho do Padre José de andrade, que poucos annos há serviu de Provincial da Companhia de JESUS, ha neste logar caza do P.e Antonio de Figueiredo muito remedeada, e que tem sua cappela muito linda de Nossa Senhora do Loureto, e poucos lavradores que não sejam pobres.
(a) Negrito nosso.
Vamos de seguida dar notícia do que transcrevemos, e que concerne a Vila Meã nas Memórias Paroquiais de 1758, volume 26 memória 24:
Para a parte do sul meya legoa distante desta villa [Oliveira do Conde], fica o lugar de São digo de Villa Meaã, que tem noventa e seis fogos (a) com sua cappela do Povo, que he de São Domingos, tem este logar huma rica, e nobre caza, que hé de Gabriel Tavares de Figueiredo pay do Doutor José Ignacio Tavares de Figueiredo cavaleiro professo na Ordem de Chrysto, e juiz de Fora de Azurara, e Mangualde da Beyra, Irmão, e sobrinho do Padre José de andrade, que poucos annos há serviu de Provincial da Companhia de JESUS, ha neste logar caza do P.e Antonio de Figueiredo muito remedeada, e que tem sua cappela muito linda de Nossa Senhora do Loureto, e poucos lavradores que não sejam pobres.
(a) Negrito nosso.
Curiosa construção; que idade terá a casa, e de onde vieram as pedras?
Largo de São Domingos: neste largo existia uma capela, que foi demolida. Neste país o que é velho e "pobre" é para destruir! Pobre gente que assim pensa.
Alminhas na parede de uma casa, bem fora do núcleo da aldeia, na bifurcação da estrada romana com um caminho fazendeiro.
A caminho do rio Mondego o abandono é praticamente geral.
Antigo lagar junto a um ribeiro.
Terreno frente ao lagar.
Junto ao lagar um penedo que no passado serviu de eira.
Ribeiro junto ao lagar.
Depois do lagar continua o abandono.
Já no estradão, mais uma casa em ruína. São várias as casas em ruínas, que se podem ver nos terrenos junto ao estradão entre as duas pontes viárias.
Vista do lado esquerdo do rio Mondego; terras de Tábua.
Para montante da Quinta da Barca continuavam os açudes.
O autor apreciando a paisagem.
Para montante da Quinta da Barca continuavam os açudes.
O autor apreciando a paisagem.
Em 1527 villa meam era termo da Vila Doliueyra do Comde, e tinha 34 moradores; scilicet fogos (4).
(4) Dados recolhidos em Cadastro da População do Reino (1527).
No censo de 1911 tinha 168 fogos, e 615 habitantes.
No censo de 1940 tinha 172 fogos, e 572 habitantes.
No censo de 1960 tinha 214 fogos, e 441 habitantes.
No censo de 1970 tinha 163 fogos, e 394 habitantes.
No censo de 1991 tinha 218 fogos, e 370 habitantes.
No censo de 1940 tinha 172 fogos, e 572 habitantes.
No censo de 1960 tinha 214 fogos, e 441 habitantes.
No censo de 1970 tinha 163 fogos, e 394 habitantes.
No censo de 1991 tinha 218 fogos, e 370 habitantes.
Informação sobre os censos retirada do Instituto Nacional de Estatística.