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Vila Nova de Gaia, Portugal

terça-feira, 27 de setembro de 2011

COLMEOSA: SANTA COMBA DÃO

Latitude: 40.4 Longitude: -8.15 Altitude: 220 metros

Colmeosa deve o seu nome aos penedos de forma redonda que fazem lembrar uma colmeia.
Existe uma rua com o nome de castelo, seria um castro no alto destes penedos?
Dirigi-me ao local mas estava vedado, apenas pude vislumbrar penedos que em tempos recentes serviram de miradouro.
Tendo a estrada romana passado pela Colmeosa é de acreditar que o local era habitado, o que nos leva a concluir que é uma povoação milenária.

Vem referenciada no Dicionário Corográfico de 1889:
Povoação da Freguesia do Couto do Mosteiro, concelho de Santa Comba Dão.

No Numeramento de 1527 tinha: 9 moradores; scilicet fogos.

Segundo o Dicionário Geográfico de 1751, tinha 33 moradores e uma Ermida a N.S. da Conceição. Produzia vinho, milho e algum azeite.

No censo de 1911 tinha: 24 fogos, e 83 habitantes.
No censo de 1940 tinha: 37 fogos, e 76 habitantes.
No censo de 1960 tinha: 29 fogos, e 100 habitantes.
No censo de 1970 tinha: 20 fogos, e 45 habitantes.
No censo de 1991 tinha 16 fogos, e 23 habitantes.

1521-10-15 «Duarte Afonso, morador na Colmiosa, termo do Couto do Mosteiro, é nomeado juiz das sisas naqueles lugares e em Santa Comba Dão.»
Chancelaria de D. Manuel I, livro. 18, folha. 45

1826: «Quem quiser tomar de arrendamento o Morgado de S. Paulo da Ponte do Criz, na Comarca de Viseu, pertencente ao Conde da Lapa, que se compõe de alguns foros sabidos e oitavos de todos os frutos e décimos de azeite que lhe pagão os caseiros de Almassa , Almasinha, Val de Paredes, Breda, Freixo e Gontinho, no distrito de Mortagoa , e os da Colmiosa no distrito do Couto do Mosteiro, pode falar ao mesmo Conde da Lapa, no seu palácio do Campo de Santa Ana. »


Em meados dos anos sessenta do século XX existia em funcionamento:
Uma destilaria de aguardente vínica propriedade do Senhor António Soares Nunes.
Era vinicultor o Senhor António Soares Nunes.


Descendo pela antiga estrada real, desde a Colmeosa ao rio Criz, encontrei esta estrada em Macadame, nunca viu alcatrão. A razão deve-se a Salazar que queria a GNR em Santa Comba Dão, se esta estrada fosse alcatroada o transito faria-se pelo Couto do Mosteiro, obrigando a um posto da GNR nesta localidade em detrimento de Santa Comba Dão.
A única casa que encontrei neste trajecto, encontra-se rodeada de socalcos em xisto o que faz supor que era casa agrícola, agora é mata.

A Tavares Festas se deve o melhoramento desta estrada em finais do século XIX, por altura da construção do Caminho de Ferro da Beira Alta.


Ainda foi possível encontrar uma telha praticamente intacta da fábrica: Cerâmica da Carriça Lda, Coja e Mortágua.


Agora é possível vislumbrar desde a zona onde está a casa a albufeira do rio Criz, devido ao abate de eucaliptos.


Onde a estrada acaba e a albufeira começa.
Esta parte final da estrada está alcatroada. Faz parte da nova ligação que se fazia até à actual estrada nacional 234 que liga Santa Comba Dão a Mortágua.


Casas recuperadas na estrada para o rio Criz.


Não entendo o uso de portas e janelas em ferro.
Se é assim que se preserva a memória passada o melhor é estarem quietos e deixarem o trabalho para quem entende.


Ainda não recuperada. Há dois tipos de construção num telhado comum.


Forno parcialmente arruinado.
Não merecerá a sua recuperação? Está na Colmeosa!... Este e mais um na casa ao lado.
Será que as crianças e não só, sabem como se fabricava o pão antigamente?!... Claro que não. É de bom tom recuperar a memória passada para que não se perca.
Faço esta critica, pois, parece-me, que só se mostra a "cara lavada" e se esconde o corpo.


Outra perspectiva do forno.


Outro forno na casa ao lado.
Seriam estes fornos comunitários ou, haveria dois "padeiros" na aldeia?


Em 9 de Março de 1878,  José Cordeiro;  Idade 47; Profissão, Trabalhador; Viúvo; residente no Lugar da Colmeosa; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Rio de Janeiro.


Em 16 de Fevereiro de 1883, Luís José Dias; Idade 21; Profissão, Trabalhador;  Solteiro; Residente no Lugar da Colmeosa; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Império do Brasil.


Em 21 de Dezembro de 1883, José Cordeiro; Idade 52; Profissão, Trabalhador;  Casado; Residente no Lugar da Colmeosa; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Brasil.



PEDRAIRES: SANTA COMBA DÃO


Pedraires é uma aldeia pertencente às Freguesias do Couto do Mosteiro e de S. Joaninho.

Latitude: 40.4333333 Longitude: -8.1333333 Altitude: 286 metros

No censo de 1527 vem já Pedrayres. Em alguns livros vem  "Pedraizes".

Vem referenciada no Dicionário Corográfico de 1889: Pedraires povoação nas freguesias do Couto do Mosteiro e S. Joaninho, ambas do Concelho de Santa Comba Dão.


Em meados dos anos sessenta do século XX existia em funcionamento:
Era negociante de madeiras o Senhor José Miguel.
Havia uma mercearia, que era proprietário o Senhor José Manuel Pinhão.
Era negociante de produtos resinosos o Senhor José Gomes dos Santos.



Uma das poucas casas antigas que mantiveram a traça original. Pedraires está praticamente toda descaracterizada.


Outra perspectiva da mesma casa.


Capela restaurada.


Fontanário.


Felizmente ainda se mantém em pé!


Ruínas a necessitarem de limpeza.


Outra em ruínas.


Estando em ruínas, continua de pé. Assim se pode preservar a memória passada.


Ruínas com adulteração da parede.


Ruínas, ao fundo uma lareira de época moderna.

Ver no Arquivo Distrital de Viseu:

Em 16 de Dezembro de 1872, José Nunes Lobo, filho de Maria Nunes Loba; Idade 18; sem profissão; Solteiro; residente no Lugar de Pedraires; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Rio de Janeiro.

VILA DE BARBA: SANTA COMBA DÃO

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Vila de Barba fica na Freguesia do Couto do Mosteiro, Concelho de Santa Comba Dão.
LATITUDE: 40.4166667 LONGITUDE: -8.1500000 ALTITUDE: 244 metros


"Com o Provincial Visigótico, datado da segunda metade do século VII, houve uma nova reorganização episcopal estabelecendo-se uma divisão das dioceses por limites. Interessa-nos a definição dos limites das dioceses de Conimbria, «Conimbria teneat de Naba usque Borga, de Torrente usque Lora», e Viseo, «Viseo teneat de Borga usque Sortam, de Bonella usque Ventosam», pois segundo a interpretação que Almeida Fernandes faz dos limites descritos, a área geográfica anteriormente definida é abrangida por estas duas dioceses, sendo que Borga é um ponto comum a ambas, tendo sido identificada pelo mesmo na actual Vila de Barba, na freguesia do Couto do Mosteiro, concelho de Santa Comba Dão (Fernandes, 1997, p. 121)."

Até provas em contrário não é em Vila de Barba a Borga da divisão efectuada por Wamba; não foram encontrados qualquer vestígios de uma civilização antiga.
Encontramos vestígios no lugar do Mosteiro o que indicia ser neste local a Borga que nos fala Almeida Fernandes.



No Numeramento Joanino consta de 11 moradores: scilicet, fogos. Que nos dará uns 40 residentes.

Em 1911 tinha 63 fogos, e 213 residentes.
Em 1940 tinha 78 fogos, e 276 residentes.
Em 1960 tinha 94 fogos, e 348 residentes.
Em 1970 tinha 85 fogos, e 259 residentes.
Em 1991 tinha 96 fogos, e 203 residentes.


Vem referenciada no Dicionário Corográfico de 1906.


Em meados dos anos sessenta do século XX existia em funcionamento:
Uma destilaria de aguardente vínica propriedade do Senhor José Varela Dias.
Era ferreiro o Senhor António dos Santos.
Havia uma fábrica de manilhas de cimento propriedade do Senhor Telmo Gomes.
Uma mercearia propriedade do Senhor António Ferreira Dias.
Motores e bombas para rega propriedade do Senhor Telmo Gomes.
Havia uma sapataria propriedade do Senhor António Cardoso.
Uma serralharia propriedade do Senhor Telmo Gomes.
Era vinicultor o Senhor José Varela Dias; e a viúva de Mário F. Viegas.

Vila de Barba foi para nós uma grande desilusão: está praticamente toda descaracterizada, com excepção de uma casa brasonada que não fotografamos, pois está dentro de uma propriedade privada. Poucos são os motivos antigos que restam intactos ou em ruínas.
Para aumentar a nossa desilusão está a casa do Doutor César Anjo, na rua com o mesmo nome: Uma vergonha para quem autorizou a adulteração da casa tradicional e para quem deixou chegar a casa a este estado ruinoso. Até uns caixotes servem para aumentar a vergonha. Valha-nos os dois painéis de azulejos que ainda se mantém de pé.
Foi-nos vedada a inclusão de fotografias por "alguém" que pretenderá manter escondida esta vergonha aos olhos do mundo.
Fotos podem não autorizar a sua publicação, mas a nossa denúncia está aqui e, esta, nada nem ninguém a pode impedir. Não pactuamos com atentados ao património.




Na toponímia:  Lavegada, que indicia o desbravamento de árvores e matos para o cultivo da terra.
Conhecida como a pedra da Moira, esta situada na Lavegada.
Lage transformada em eira e respectiva casa, situada na Lavegada.
Noutros tempos, este local cobria-se de milho.
Outra panorâmica das lages ou eiras.

Hoje as lages estão cobertas de musgo.
Telha da fábrica: Santa Comba Dão Pinheiro D`Azere / Ceramica do Dão, Limitada
Casa da eira.
Lá bem no alto, esta isolada.






Parte ainda visível da antiga estrada romana.
Esta estrada romana vinha de Coimbra:
Passava por Eiras, Botão, Monte Redondo, Alagoa, Carvalho, Cercosa (onde cruza com a via Anadia-Bobadela), Marmeleira, Cortegaça até Vale de Açores, Mortágua, Tourigo e Guardão, ponte do rio Criz, Couto do Mosteiro, S. Joaninho,Tondela, Viseu.



Mais um pormenor da estrada romana: note-se que predomina o mármore rosa.


A quase totalidade da estrada romana ainda visível.


Aqui a calçada  foi coberta com alcatrão!? Para servir quem?



Esta casa caiu em ruínas por aluimento, devido ao facto de por baixo passar uma mina de água - informação recolhida no local.


Parte lateral traseira da casa acima mostrada.


Mesmo telhado da casa em ruínas: esta parte do telhado é mais antiga, apresenta a telha canudo.


Ainda não tinha visto este tipo de telha (lado esquerdo)parecida com as tégulas romanas. Pelas características é de fabrico industrial.



Casas adulteradas: nesta aldeia também se usou a parede em tabique no andar superior.
Julgamos ser um acrescento posterior à casa em pedra. Não podemos afirmar que a construção seja em duas fazes, mas tudo nos leva a pensar que sim.


Casa de Eira.


Uma velha casa: rara nesta aldeia.


Outra perspectiva da velha casa. Onde está a "janela" foi outrora a porta de entrada, sendo suprimidas as escadas, passou para a lateral, posteriormente aberta.


Casa com adulterações, note-se a inclusão de janelas em madeira.


Ruínas: note-se o "fogão" em pedra lavrada.


Ermida com adulterações.


Mais um tipo de dobradiça, esta, nesta aldeia. Devemos relembrar que Vila de Barba é um lugar da freguesia do Couto do Mosteiro, por isto, é uma aldeia, como o é Casal de Maria.


Uma dobradiça: Com estas dobradiças ( há de vários tipos) se seguravam as portas, assegurando que se poderiam abrir e fechar.


Mais uma dobradiça de outro modelo.


Outro modelo de dobradiça.


Quadro de electricidade em baquelite e fusíveis em porcelana.
Só a nível de casas em tabique é que encontramos ligação eléctrica. Ainda não encontramos uma construção em pedra com ligação eléctrica.
Ou as casas foram abandonadas antes da ligação eléctrica ou era um luxo a que poucos tinham acesso.


Alminhas


Fontanário.


Potes de ferro: eram no passado usados para a cozedura de alimentos nas lareiras.
Agora servem de floreira.


Em 21 de Agosto de 1878,  Joaquim Ferreira Maio; Idade 40; Profissão, Proprietário;  Casado; Residente no Lugar de Vila de Barba; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com  destino ao Império do Brasil.


Em 19 de Julho de 1884, António Francisco; Filho de Ana Maria de Matos; Idade 18; Profissão, Trabalhador;  Solteiro; Residente no Lugar de Vila de Barba; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Rio Zaire.