Colmeosa deve o seu nome aos penedos de forma redonda que fazem lembrar uma colmeia.
Existe uma rua com o nome de castelo, seria um castro no alto destes penedos?
Dirigi-me ao local mas estava vedado, apenas pude vislumbrar penedos que em tempos recentes serviram de miradouro.
Tendo a estrada romana passado pela Colmeosa é de acreditar que o local era habitado, o que nos leva a concluir que é uma povoação milenária.
Vem referenciada no Dicionário Corográfico de 1889:
Povoação da Freguesia do Couto do Mosteiro, concelho de Santa Comba Dão.
No Numeramento de 1527 tinha: 9 moradores; scilicet fogos.
Segundo o Dicionário Geográfico de 1751, tinha 33 moradores e uma Ermida a N.S. da Conceição. Produzia vinho, milho e algum azeite.
No censo de 1911 tinha: 24 fogos, e 83 habitantes.
No censo de 1940 tinha: 37 fogos, e 76 habitantes.
No censo de 1960 tinha: 29 fogos, e 100 habitantes.
No censo de 1970 tinha: 20 fogos, e 45 habitantes.
No censo de 1991 tinha 16 fogos, e 23 habitantes.
1521-10-15 «Duarte Afonso, morador na Colmiosa, termo do Couto do Mosteiro, é nomeado juiz das sisas naqueles lugares e em Santa Comba Dão.»
Chancelaria de D. Manuel I, livro. 18, folha. 45
1826: «Quem quiser tomar de arrendamento o Morgado de S. Paulo da Ponte do Criz, na Comarca de Viseu, pertencente ao Conde da Lapa, que se compõe de alguns foros sabidos e oitavos de todos os frutos e décimos de azeite que lhe pagão os caseiros de Almassa , Almasinha, Val de Paredes, Breda, Freixo e Gontinho, no distrito de Mortagoa , e os da Colmiosa no distrito do Couto do Mosteiro, pode falar ao mesmo Conde da Lapa, no seu palácio do Campo de Santa Ana. »
Em meados dos anos sessenta do século XX existia em funcionamento:
Uma destilaria de aguardente vínica propriedade do Senhor António Soares Nunes.
Era vinicultor o Senhor António Soares Nunes.
Descendo pela antiga estrada real, desde a Colmeosa ao rio Criz, encontrei esta estrada em Macadame, nunca viu alcatrão. A razão deve-se a Salazar que queria a GNR em Santa Comba Dão, se esta estrada fosse alcatroada o transito faria-se pelo Couto do Mosteiro, obrigando a um posto da GNR nesta localidade em detrimento de Santa Comba Dão.
A única casa que encontrei neste trajecto, encontra-se rodeada de socalcos em xisto o que faz supor que era casa agrícola, agora é mata.
A Tavares Festas se deve o melhoramento desta estrada em finais do século XIX, por altura da construção do Caminho de Ferro da Beira Alta.
Ainda foi possível encontrar uma telha praticamente intacta da fábrica: Cerâmica da Carriça Lda, Coja e Mortágua.
Agora é possível vislumbrar desde a zona onde está a casa a albufeira do rio Criz, devido ao abate de eucaliptos.
Onde a estrada acaba e a albufeira começa.
Esta parte final da estrada está alcatroada. Faz parte da nova ligação que se fazia até à actual estrada nacional 234 que liga Santa Comba Dão a Mortágua.
Casas recuperadas na estrada para o rio Criz.
Não entendo o uso de portas e janelas em ferro.
Se é assim que se preserva a memória passada o melhor é estarem quietos e deixarem o trabalho para quem entende.
Ainda não recuperada. Há dois tipos de construção num telhado comum.
Forno parcialmente arruinado.
Não merecerá a sua recuperação? Está na Colmeosa!... Este e mais um na casa ao lado.
Será que as crianças e não só, sabem como se fabricava o pão antigamente?!... Claro que não. É de bom tom recuperar a memória passada para que não se perca.
Faço esta critica, pois, parece-me, que só se mostra a "cara lavada" e se esconde o corpo.
Outra perspectiva do forno.
Outro forno na casa ao lado.
Seriam estes fornos comunitários ou, haveria dois "padeiros" na aldeia?
Em 9 de Março de 1878, José Cordeiro;
Idade 47;
Profissão, Trabalhador; Viúvo; residente no
Lugar da Colmeosa;
Freguesia do Couto do Mosteiro;
Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Rio de Janeiro.
Em 16 de Fevereiro de 1883, Luís José Dias; Idade 21; Profissão, Trabalhador; Solteiro; Residente no Lugar da Colmeosa; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Império do Brasil.
Em 16 de Fevereiro de 1883, Luís José Dias; Idade 21; Profissão, Trabalhador; Solteiro; Residente no Lugar da Colmeosa; Freguesia do Couto do Mosteiro; Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Império do Brasil.
Em 21 de Dezembro de 1883, José Cordeiro;
Idade 52;
Profissão, Trabalhador; Casado; Residente no
Lugar da Colmeosa;
Freguesia do Couto do Mosteiro;
Concelho de Santa Comba Dão. Requereu passaporte com destino ao Brasil.